sábado, 27 de novembro de 2010

O pan-africanismo é uma ideologia que propõe a união de todos os povos de África como forma de potenciar a voz do continente no contexto internacional. Relativamente popular entre as elites africanas ao longo das lutas pela independência da segunda metade do século XX, em parte responsável pelo surgimento da Organização de Unidade Africana, o pan-africanismo tem sido mais defendido fora de África, entre os descendentes dos escravos africanos que foram levados para as Américas até ao século XIX e dos emigrantes mais recentes.
Eles propunham a unidade política de toda a África e o reagrupamento das diferentes etnias, divididas pelas imposições dos colonizadores. Valorizavam a realização de cultos aos ancestrais e defendiam a ampliação do uso das línguas e dialetos africanos, proibidos ou limitados pelos europeus.
Pan-africanismo é um movimento político, filosófico e social que promove a defesa dos direitos do povo africano e da unidade do continente africano no âmbito de um único Estado soberano, para todos os africanos, tanto na África como em diáspora.
A teoria pan-africanista foi desenvolvida principalmente pelos africanos na diáspora americana descendentes de africanos escravizados e pessoas nascidas na África a partir de meados do século XX como William Edward Burghardt Du Bois [1] e Marcus Mosiah Garvey, entre outros, e posteriormente levados para a arena política por africanos como Kwame Nkrumah. No Brasil foi divulgada amplamente por Abdias Nascimento.
A minha pele de ébano é...
A minha alma nua
Espalhando a luz do sol
Espelhando a luz da lua
Tem a plumagem da noite
E a liberdade da rua
Minha pele é linguagem
E a leitura é toda sua
Será que você não viu
Não entendeu o meu toque
No coração da América eu sou o jazz, sou o rock
Eu sou parte de você, mesmo que você me negue
Na beleza do afoxé, ou no balanço no reggae
Eu sou o sol da Jamaica
Sou a cor da Bahia
Sou sou você e você não sabia
Liberdade Curuzu, Harlem, Palmares, Soweto
Nosso céu é todo blue e o mundo é um grande gueto
Apesar de tanto não
Tanta dor que nos invade, somos nós a alegria da cidade
Apesar de tanto não
Tanta marginalidade, somos nós a alegria da cidade

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Abdias do Nascimento (Franca, 14 de março de 1914) é ex-político e ativista social brasileiro.
É um dos maiores defensores da defesa da cultura e igualdade para as populações afrodescendentes no Brasil, intelectual de grande importância para a reflexão e atividade sobre a questão do negro na sociedade brasileira. Teve uma trajetória longa e produtiva, indo desde o movimento integralista, passando por atividade de poeta (com a Hermandad, grupo com o qual viajou de forma boêmia pela América do Sul), até ativista do Movimento Negro, ator (criou em 1944 o Teatro Experimental do Negro) e escultor.
Após a volta do exílio (1968-1978), insere-se na vida política (foi deputado federal de 1983 a 1987, e senador da República de 1997 a 1999), além de colaborar fortemente para a criação do Movimento Negro Unificado (1978). Em 2006,em São Paulo, criou o dia 20 de Novembro como o dia oficial da consciência negra. recebeu o título de Doutor Honoris Causa da Universidade de Brasília.[1] É autor de vários livros: "Sortilégio", "Dramas Para Negros e Prólogo Para Brancos", "O Negro Revoltado", e outros.[2]
Foi Professor Benemérito da Universidade do Estado de Nova York e doutor "Honoris Causa" pelo Estado do Rio de Janeiro, grande militante no combate à discriminação racial no Brasil.[3]
Foi casado com Maria de Lurdes Vale Nascimento. Mas tarde casou-se com Genilda Cordeiro. Depois com a atriz Léa Garcia, com quem teve dois filhos, e pela pela quarta vez com a norte-americana Elizabeth Larkin Nascimento, com quem teve um filho

malcom x

                     

Malcolm nasceu no dia 19 de maio de 1925, nos Estados Unidos. Ele ainda era criança quando o pai, pastor batista, foi assassinado por brancos, provavelmente ligados aos esquadrões do Ku Klux Klan. Órfão (a mãe estava internada num hospital psiquiátrico), Malcolm e seus sete irmãos foram entregues a orfanatos. Ele e uma irmã foram morar em Boston, onde sobreviveram com trabalhos temporários.

Depois, ele mudou-se para o Harlem, bairro de maioria negra em Nova Iorque. Escapou do serviço militar por fingir-se "paranóico". Sua carreira no país dos brancos parecia programada: empregos temporários, pequenos delitos, prisão.

Em 1946, foi para a cadeia por roubo e receptação. Justamente no isolamento da penitenciária, ocorreu a conversão que transformaria o profundo conhecedor dos becos de Nova Iorque num dos mais carismáticos líderes negros dos Estados Unidos. Atrás das grades, ele entrou em contato com os ensinamentos de Elijah Muhammed, líder da "Nação do Islã".

Estudou o alcorão e outros escritos filosóficos e, ao deixar a prisão, em 1952, passou a dedicar-se à organização do Movimento dos Mulçumanos Negros. Trocou seu sobrenome de escravo "Little" por "X", dizendo que "neste país, o negro é tratado como animal e os animais não têm sobrenome".

Elijah Muhammed considerava-se eleito por Deus para livrar os negros norte-americanos da opressão dos brancos. Malcolm X, seu principal missionário, transformou a mesquita do Harlem em centro do movimento. A luta dos negros norte-americanos por igualdade de direitos intensificava-se desde o fim da Segunda Guerra Mundial. Nos anos 60, o movimento sofreu uma divisão: enquanto Martin Luther King (1929-1968) apostava na chamada "resistência pacífica", os mulçumanos liderados por Elijah Mohammed e Malcolm X defendiam a separação das raças, independência econômica e um Estado autônomo para os negros.

A principal reivindicação de Malcom X era a melhoria da qualidade de vida para os negros na América. Pelo menos num ponto, seu programa diferia do de outros grupos que representavam esta etnia. Malcolm X argumentava que eles tendiam a esperar mais mil anos para alcançarem seus objetivos.

"Enquanto nós, muçulmanos, não estamos dispostos a esperar nem mais cem anos. Queremos a separação total entre escravos e senhores de escravos".

Segundo Erik Lincoln, professor de Filosofia Social da Universidade de Atlanta e autor do livro "The Black Muslims in America", o movimento muçulmano negro foi, essencialmente, um movimento de protesto social que se comportava mais ou menos como uma seita. Seus adeptos eram principalmente negros da classe mais baixa, que tentavam encontrar seu caminho e seu lugar na sociedade norte-americana.

"Talvez, eles, de fato, pretendessem construir sua própria sociedade - uma nação negra de islâmicos", diz.

O projeto mulçumano não se tornou realidade, mas foi elogiado até por um de seus mais severos críticos, o sociólogo James Baldwin. Segundo ele, "Mohammed conseguiu realizar o que diversas gerações de assistentes sociais, comitês, resoluções, projetos habitacionais e parques infantis não haviam logrado: curar e recuperar alcoólatras e vagabundos, redimir egressos de penitenciárias e impedi-los de voltar".

Com o passar do tempo, Malcolm foi ficando cada vez mais famoso. Começou a se distanciar do clichê de que todos os brancos são "endemoniados" e não queria continuar mantendo a fachada de movimento puramente religioso e apolítico. Em março de 1964, então, Malcolm X rompeu com o movimento e organizou a "Muslim Mosque Inc”, e mais tarde a "Afro-American Unity", organização não religiosa. Numa viagem a Meca, a cidade sagrada dos muçulmanos, em 1963, mudou o nome para Al Hajj Malik Al-habazz. Seu rompimento com a "Nação do Islã" e sua entrementes posição conciliatória em relação aos brancos lhe trouxeram um certo isolamento.

No dia 21 de fevereiro de 1965, ele foi morto com 13 tiros, enquanto discursava no Harlem. Jamais foram encontradas provas, mas suspeitou-se do envolvimento da "Nação do Islã" no assassinato. Suas idéias ainda foram muito divulgadas na década de 70, por movimentos como o Black Power e as Panteras Negras, conforme relata Tom Wolf, no livro "Radical Chique e o terror dos RPs" (Editora Rocco).

Sua vida e obra também estão documentadas em vários filmes, sendo o mais famoso deles "Malcolm X", dirigido por Spike Lee, de 1992. (gh)

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

 ATENÇÃO JUVENTUDE NEGRA

Divulgação
Consciência Negra 2010
Fundação Cultural Palmares lança edital pela valorização da diversidade étnica
Reconhecer e valorizar a diversidade étnico-cultural afro-brasileira em nosso País por meio da formação técnico-cultural de jovens negros – este é o objetivo do I Edital ProCultura – Núcleo de Formação Cultural da Juventude Negra, implementado pelo Ministério da Cultura e pela Fundação Cultural Palmares.
O projeto, lançado nesta sexta-feira (12) pelo presidente da FCP/MinC, Zulu Araújo, durante a abertura da Semana da Consciência Negra na Universidade Federal de Roraima, é voltado para pessoas jurídicas, organizações sem fins lucrativos e instituições ligada à educação.
O diferencial do edital é a sua proposta pedagógica, elaborada de modo a articular as ações com as demandas da comunidade na qual a instituição esteja contextualizada. Cerca de R$ 6 milhões serão disponibilizados aos dez projetos selecionados para a implantação dos Núcleos de Formação Cultural da Juventude Negra – NUFOC. Duas instituições serão selecionadas em cada uma das cinco regiões brasileiras.
No total, serão capacitados seis mil jovens negros em todo o Brasil durante a vigência do projeto. A expectativa é a de que os NUFOCs proporcionem aos jovens negros, entre 16 e 25 anos, conhecimento e envolvimento com a história e a cultura afro-brasileiras e os estimulem a refletir sobre seu papel na sociedade.
A Fundação Cultural Palmares realizará sete oficinas durante o mês de novembro para divulgar o edital. A primeira acontece nesta sexta-feira (12) em Boa Vista (RR). A juventude de Salvador (BA); Recife (PE); Brasília (DF); Porto Alegre (RS); São Paulo (SP) e Rio de Janeiro (RJ) também receberão a capacitação que será ministrada por técnicos da instituição e serão transmitidas por videoconferência ou webconferência para outras regiões.